sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O amor vence quase sempre...

Como sabem, sou advogada, o resto do tempo em que não tenho os meus homens.
   
 YEP, esta sou eu :)
Venho contar-vos uma situações que me passaram pelas mãos, sem identificar nomes! Claro está o bicho papão - O divórcio.

O casamento, embora muitos não saibam, à luz da Lei, trata-se de um contrato celebrado entre duas pessoas, como tantos outros contratos, tal como os outros, muitas das vezes, uma ou ambas as partes pretendem colocar termo, neste caso, ao casamento. E vocês estão a pensar: Ok esta não é casada, BINGO, realmente é verdade, ainda não assinamos o dito contrato, mas assinamos um outro, mais importante com o nascimento do Gustavo. 

Já me aconteceu por diversas vezes, tratar de toda a papelada, preparar as minutas, para dar entrada do divórcio, quer por mútuo consentimento, quer sem o consentimento de um dos cônjuges, e desistirem na última da hora.
E porquê?

Porque provavelmente, "exercem o direito ao arrependimento", agora fora de brincadeira! Talvez porque pensam duas vezes, antes de tomar uma decisão irreversível, talvez porque ficam com a noção que os filhos irão sofrer, e é tão fácil hoje em dia, ir cada um para seu lado, ao invés de lutarem pelo amor.

Falamos sempre dos gabinetes de mediação familiar, contudo, nunca tive um casal que quisesse ser acompanhado pela dita mediação, e de que adianta se as pessoas estiverem com a ideia do divórcio? O próprio casal entre si, falando um com o outro, expondo os seus desagrados, conseguem auto ajudar-se um ao outro, sem qualquer tipo de apoio.

Num dos casos, e tão bem me dou com cada uma das partes, e confesso que tinha alguma pena, tratada toda a documentação necessária, tudo assinado, feita a minuta do acordo da regulação das responsabilidades parentais das crianças, faltava apenas entregar-me os acordos assinados, que nunca me chegaram, e porquê? Talvez porque esse casal, decidiu dar uma nova oportunidade à vida a dois, pensando nos filhos em comum, que pediram aos pais a chorar para não se divorciarem, ao que sei! Confesso que nunca forneço as minutas dos acordos para levarem para casa para assinar, assinam no meu escritório depois de explicado o conteúdo, e dou entrada e ponto. Mas nesta situação concreta, forneci, e porquê??? Talvez porque pressenti que depois de lerem a dita papelada a fundo, iriam ponderar!!! E ponderaram... 

Fico feliz por voltarem atrás na decisão, apesar de eu não ganhar o meu dinheirinho, que tanta falta faz, porém, o dinheiro não é tudo na vida, o que importa é as pessoas estarem felizes, não cometerem os mesmos erros, e tentarem mudar os seus comportamentos.

Nesta profissão, mal paga, ao contrário do que julgam, porque nós não somos apenas advogados, somos também: psicólogos, psiquiatras, padres, tantas outras coisas, ao mesmo tempo, e apenas recebemos enquanto advogados.

A vida nem sempre é fácil, mas apesar das adversidades da vida, pensem sempre nos vossos filhos, antes de tomarem uma decisão que vai mudar a vossa vida.

Será caso para dizer o amor vence sempre!

Mas claro, deixo um conselho, ou lutam por esse amor com as mesmas armas, mantenham-no, se for para manter relações extra-conjugais, divorciem-se! Tenham respeito pelos vossos filhos, e pela mulher que um dia foi a mulher da vossa vida!


Ps: Mas esqueçam as consultas gratuitas, ninguém trabalha para aquecer ;)
      E claro que toda a mulher sonha com o casamento, um dia chegará o meu, mas continuo a pensar       que não é sinónimo de felicidade 

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